quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FIGURINO DE GUERRA

A profissão de repórter tem no seu histórico "glamouroso" (bem entre aspas mesmo) a cobertura de grandes guerras e situações de risco. Existem organizações internacionais que até contabilizam os jornalistas mortos em guerras e algumas que promovem o treinamento de equipes jornalísticas para essas situações. Só que aqui no Brasil não é muito comum ver, cotidianamente, todas as emissoras juntas em coberturas jornalísticas dessa natureza. E, lógico, o figurino de guerra, tomou conta da estética dos profissionais nesses dias de luta entre traficantes e policiais nos morros cariocas.

Coletes de todas as formas e modelos, uns mais chamativos do que outros, pularam nas telas das nossas casas. Eu acho difícil de se acostumar, mas entendo que faz parte do equipamento de proteção dos profissionais que arriscam os próprios pescoços para aumentar a audiência das emissoras (sem falar que também dá aquela pitada de charme nessa tal "profissão perigo").

Só que, claro, não sou só eu a perceber e comentar esse figurino. A Revista Piauí publicou no site uma sátira, uma grande brincadeira em estilo de análise - supostamente assinada pela consultora de moda Glória Kalil -  dos coletes e dos figurinos da imprensa brasileira nesses dias de guerrilha no Rio de Janeiro. Superficial, sem reflexões sobre noticiabilidade e funcionalidade dos trajes, o texto tira onda da vestimenta. Mesmo assim vale a pena dar uma lida, porque isso, no mínimo, está chamando atenção. Colei o texto na íntegra logo abaixo. Para ver a versão original basta clicar no link ao final do post.

Glorinha Kalil analisa moda violence-chic das emissoras de tevê
Glorinha optou pelo colete justo com épaulette, numa releitura bem-humorada da violência dos anos 80. Capacete com placa solar para o iPhone: readiness is all!
COMPLEXO DO ALEMÃO – A pedido de the piauí Herald, a consultora de moda Glorinha Kalil analisou – e comparou! – as tendências atrocity-trendy que vêm dominando os uniformes jornalísticos da tevê brasileira.Colete Globo:

 
Bellicose Madness! A Globo aposta em colete azul deep blue, com caimento collant sobre camisa social branca. Simples e funcional. Repare na metástase de pochetes.

Colete Band:

 
Brutal Black! Fugindo da mesmice, Band enfrenta Polegar com modelo tomara-que-caia. Mistura de texturas kevlar & velcro garantem certa virilidade. Letras em branco dão contaste à monotonia. Que venham os obuses! 

Colete Record:

 
Christian Soldiers! Brejeirice ton-sur-ton: conjuntinho básico com colete noir sobre camisetinha de mangas curtas confere sensualidade à repórter. Pulseira jungle wilderness da Zara completa o look.

Colete imprensa:

 
Hostile Frenzy! Texturas orgânicas e cores da terra dão serenidade ao combate. Charme e altruísmo da faixa em X que corre pelas costas: ao invés de atirar na polícia, bandido mira o jornalista.
Fonte: Revista Piauí


Um comentário:

  1. olá Agda! quando houver outra oficina de figurino para telejornalismo com você, por favor, me avisa! coloca meu e-mail na sua mailing - nandasales@gmail.com , fiquei muito interessada. abraços

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